Sempre os observei ao longe, do levantar voo ao bater de asas que faziam em conjunto. Pareciam só um, era incrível. Nunca vi nada assim. A cúmplicidade que os unia, a firmeza com que apertavam a mão, os olhares doces que trocavam em horas de almoço. Acho que, a única vez que os vi tão distantes foi em pausas e viagens de trabalho e mesmo assim, arranjavam sempre maneira de fugirem ao mundo real e, afogarem-se no deles. Completavam-se como as Óreos completam o leite branco e o lápis completa o papel branco. Era exactamente daqueles que, ao veres no lugar de assistente, tu desejavas. Cheio de novidades, espôntaneo e emocionante. Tinha lugar para tudo, flores de manhã, jantar á luz das velas á noite, surpresas a meio da manhã. Para mim sempre me pareceu impossível tanta pureza. Tanta fantasia junta em duas pessoas. Com tanta curiosidade acumulada, um dia, dirigi-me a ela e fermentei a maior resposta da parte dela. Atrevi-me a perguntar como e porque. A resposta dela, nunca se ficou por três linhas nem cinco explicações. Tudo muito complexo, conciso e treinado. Não era a primeira vez que, estava a ser questionada sobre aquele assunto. Sorri tipicamente, advertida da vergonha, e ouvi a história, até ao fim, de olhos esbogalhados. Sou uma menina.
Sempre os observei ao longe, do levantar voo ao bater de asas que faziam em conjunto. Pareciam só um, era incrível. Nunca vi nada assim. A cúmplicidade que os unia, a firmeza com que apertavam a mão, os olhares doces que trocavam em horas de almoço. Acho que, a única vez que os vi tão distantes foi em pausas e viagens de trabalho e mesmo assim, arranjavam sempre maneira de fugirem ao mundo real e, afogarem-se no deles. Completavam-se como as Óreos completam o leite branco e o lápis completa o papel branco. Era exactamente daqueles que, ao veres no lugar de assistente, tu desejavas. Cheio de novidades, espôntaneo e emocionante. Tinha lugar para tudo, flores de manhã, jantar á luz das velas á noite, surpresas a meio da manhã. Para mim sempre me pareceu impossível tanta pureza. Tanta fantasia junta em duas pessoas. Com tanta curiosidade acumulada, um dia, dirigi-me a ela e fermentei a maior resposta da parte dela. Atrevi-me a perguntar como e porque. A resposta dela, nunca se ficou por três linhas nem cinco explicações. Tudo muito complexo, conciso e treinado. Não era a primeira vez que, estava a ser questionada sobre aquele assunto. Sorri tipicamente, advertida da vergonha, e ouvi a história, até ao fim, de olhos esbogalhados. Sou uma menina.